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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Professores adotam tecnologia como antídoto para a cola na era digital


Softwares para detecção de plágio são utilizados na correção de trabalhos


Safeassign (Foto: Divulgação)Tela do Safeassign, software utilizado
pela ESPM para detectar plágio (Foto: Divulgação)
Considerados verdadeiros “dedos-duros” da era digital, os softwares que identificam eventuais plágios em trabalhos colocam em xeque o uso indiscriminado dos conhecidos comandos “Ctrl+C” e “Ctrl+V”, ou no português claro, o simples ato de copiar e colar. Não é a toa que instituições ensino de renome, como a ESPM, PUC e a Unesp, por exemplo, têm investido nesse tipo de tecnologia para reprimir a cola da era moderna, criando, indiretamente, uma cultura contrária a essa prática. Tais métodos podem servir de exemplo para escolas de todo o país, permitindo aos educadores um controle maior sobre a produção de seus alunos. E tudo por meio da utilização de sistemas simples de verificação.


Antes de tudo, é preciso entender o que pode ser considerado plágio. Conforme explica Alessandra Tridente, professora de Direito da PUC-SP e autora do livro "Direito Autoral – Paradoxos", da editora Campus/Elsevier, tal ato se configura quando uma pessoa apresenta um trabalho intelectual como sendo de sua autoria, mas, que na verdade, foi feito por outro autor. Segundo ela, a cópia de trechos de outros autores quando colocada entre aspas, e com a adequada identificação e localização da fonte, não constitui plágio. “Esse controle é ainda mais rigoroso em relação às monografias de especialização, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Se for verificado plágio nesses casos, o aluno será reprovado e não obterá o respectivo título”.
José Francisco, do Núcleo de Tecnologias Mistas
para o Aprendizado da ESPM (Foto: Divulgação)
Para os professores, a maior dificuldade é justamente identificar se determinado trabalho apresentado por um aluno é, ou não, de fato inédito. Apesar de haver à disposição na internet alguns aplicativos gratuitos que detectam plágios, para os educadores que não têm esses recursos em mãos, uma dica rápida e fácil dada pelo professor José Francisco de Moraes, responsável pelo Núcleo de Tecnologias Mistas para o Aprendizado da ESPM, é utilizar sites de busca, como o Google. “Se o professor copiar um trecho do trabalho e colar entre aspas no campo de busca, o site retorna resultados literais referentes ao que está sendo procurado”, explica José.
A ESPM, entretanto, conta com uma ferramenta específica para detectar citações indevidas nos trabalhos da graduação e da pós-graduação, o Safeassign, que, apesar de gratuito, roda exclusivamente em sistemas acadêmicos de gerenciamento. “O professor submete o texto ao software, que faz uma busca no acervo da escola e em toda web. Ao final, é gerado um relatório padronizado com o ranking de plágio, destacando os trechos possivelmente copiados de outras fontes. Todo esse processo é transparente aos alunos, dando a eles também a possibilidade de submeter seus trabalhos à análise do Safeassign. Assim criamos uma nova cultura acadêmica”, lembra o professor.
Ricardo Bergmann, vice-reitor para Assuntos
Acadêmicos da PUC-Rio (Foto: Divulgação)
Já na PUC-Rio, a tecnologia para detecção de textos coincidentes está em fase final de implantação, porém com um objetivo mais didático. Segundo Ricardo Bergmann, vice-reitor para Assuntos Acadêmicos da instituição, a ferramenta auxiliará os alunos quanto ao uso correto das referências e citações em seus trabalhos de conclusão de curso. “Durante a prática acadêmica, os alunos aprendem a utilizar as citações da maneira certa, porém, para evitar qualquer tipo de problema, o sistema apontará as coincidências nos textos. Tudo para que as citações e referências estejam corretas”, destaca Bergmann.

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